A pesquisa com transplantes de órgão não para. O aumento do número de procedimentos de transplantes realizados é constante tanto em humanos quanto em animais. Isso acontece porque aos poucos, os pesquisadores vão descobrindo novas maneiras de fazer com que o organismo que recebeu um órgão diferente, não o rejeite. Só assim pode-se concluir que a operação foi realmente um sucesso.
Embora atualmente muitos resultados de transplantes sejam positivos, ainda há diversas complicações que podem acontecer como infecções, neoplasia, toxicidade dos imunossupressores, ou rejeição ao novo órgão. É por isso que é muito importante que as pesquisas não parem.
Muitas vezes a pessoa ou o cão tem uma doença e por isso o órgão fica tão comprometido que já não consegue mais desempenhar a função dele com perfeição. Quando isso acontece e nem mais os medicamentos resolvem, a necessidade de transplante ocorre. O objetivo é preencher falhas ou melhorar uma deficiência funcional do organismo do transplantado. O problema é que o índice de rejeição não é grande, mas também não é nulo. Se o doador e receptor forem geneticamente idênticos o órgão não será rejeitado porque os antígenos do enxerto não são capazes de provocar resposta imunológica contra ele. Só que isso é muito raro, só se forem gêmeos univitelinos.
Já no transplante que ocorre normalmente, a rejeição do órgão pode ocorrer. O sistema imunológico pode ser estimulado, através de mecanismos de imunidade celular e humoral, específicos e não específicos, que acabam rejeitando o órgão transplantado. O nome das principais células que causam a rejeição dos órgãos são chamadas de linfócitos T. É por isso que a pesquisa para descobrir novas drogas que não deixem que essa reação indesejada do organismo ocorra é tão importante.
Pode ser de um indivíduo que já teve morte cerebral ou de um indivíduo vivo, dependendo do órgão. Você deve estar pensando “como fazem um transplante de um pet vivo para o outro?” Os transplantes vindos de animais vivos só são feitos quando o pet puder repor o que foi retirado. É o caso da medula óssea e fragmento de órgão, ou ainda, quando se tratar de órgãos pares (rim, por exemplo).
Para evitar a rejeição, vários exames precisam ser feitos e a medicação certa deve ser administrada. Mesmo assim, não se pode ter a certeza de que o organismo que recebeu o novo órgão não irá rejeitá-lo.
Não! Infelizmente esse procedimento ainda é bem raro na medicina veterinária, mas vários casos de sucesso foram descritos. No mês de setembro de 2004, uma cadelinha de cinco anos de idade e de nome Cacau, da raça Teckel, estava com problemas de cálculos renais bilaterais com hidronefrose e perda da função total dos rins. Para suprir esse problema, o transplante foi realizado. O novo rim foi retirado de um parente. Como o pet era muito bem tratado, recebeu uma alimentação boa por toda a vida e conseguiu que um cão que tivesse uma carga genética similar à dela doasse o órgão, o procedimento foi um sucesso. Isso foi feito no Brasil.
Embora casos de sucesso existam, ainda há muito o que ser pesquisado antes dessa prática venha a se tornar corriqueira na medicina veterinária.